O pneu é um componente imprescindível nos dias de hoje, pois devido ao avanço da engenharia na construção de meios de transporte mais velozes e com capacidade para o transporte de enormes cargas, os pneus precisaram passar por modificações para que fosse possível se enquadrar nessa nova era dos transportes. Isso fez com que ele passasse por muitas etapas de desenvolvimento desde sua origem, no século XIX, até atingir a tecnologia atual.
Fatos engraçados à época levaram empresários à falência, como a
borracha que não passava de uma goma “grudenta” para impermeabilizar tecidos ou
o risco que a borracha tinha de dissolver quando fazia calor, marcando algumas
fases da evolução dos pneus.
Para mudar esse cenário, muitos experimentos iniciados pelo
americano Charles Goodyear, por volta de 1830, confirmaram acidentalmente que a
borracha cozida a altas temperaturas com enxofre, mantinha suas condições de
elasticidade no frio ou no calor. Estava descoberto o processo de vulcanização
da borracha que, além de dar forma ao pneu, aumentou a segurança nas freadas e
diminuiu as trepidações nos carros. Em 1845, os irmãos Michelin foram os
primeiros a patentear o pneu para automóvel.
As etapas iniciais de desenvolvimento dos pneus ainda passaram
pelo feito do inglês Robert Thompson que, em 1847, colocou uma câmara cheia de
ar dentro dos pneus de borracha maciça. A partir de 1888, com a utilização do
pneu em larga escala, as fábricas passaram a investir mais em sua segurança.
Características dos pneus
A aparência externa de um pneu remete à borracha. No entanto
ninguém imagina que a consistente circunferência fabricada para rodar por
milhares de quilômetros em todos os tipos de estrada, campos enlameados,
pedras, desertos e até terras geladas, conta com muitos outros itens que lhes
dão a estabilidade necessária para garantir a vida de seus usuários.
A combinação perfeita de matérias-primas, como borracha natural,
derivados de petróleo, aço e produtos químicos, dá origem ao pneu, considerado
um dos principais componentes dos automotivos. Cada item tem uma
representatividade diferente de acordo com a utilização. Um pneu necessita de
diversas partes para sua fabricação, partes como: a banda de rodagem (parte do
pneu que entra em contato com o solo), o corpo (ou carcaça) e o talão (parte do
pneu que faz ligação com a roda) que proporcionam melhor resistência ao
asfalto, estabilidade nas curvas e manobras rápidas, além do ombro, parede
lateral, lonas de corpo e estabilizadoras e lâminas de estanque.
É necessário um grande conhecimento de engenharia para a
fabricação e utilização dos pneus, prova disso é a diferença existente na
fabricação de cada modelo de acordo com a sua utilização, no pneu de passeio
predominam os derivados de petróleo e produtos químicos, a borracha natural
representa 36% e o material metálico (ou aço) conta com 18%. Essas combinações
possibilitam que o pneu consiga suportar uma maior velocidade, porém não é
eficiente quanto ao suporte de grandes cargas. Já em um pneu para caminhões a
quantidade de borracha natural nos pneus pode chegar a 40%, fazendo com que ele
tenha características mais eficazes para o transporte de cargas do que para
altas velocidades.
A fabricação do pneu nos dias de hoje
Apesar de a base da fabricação do pneu ser a
mesma desde o começo, os compostos e técnicas de preparação evoluíram. Do
composto ao desenho, cada detalhe é estudado e projetado para alcançar o melhor
desempenho. A produção do pneu é divida em alguns passos:
Inspeção do molde da
banda de rodagem: A primeira fase da
fabricação é a preparação do composto, formado por vários tipos de borrachas
naturais (látex coagulado) e sintéticas (derivada do petróleo), o negro de fumo
(usado para a resistência do pneu), é obtido pela queima de petróleo em fornos
especiais, e alguns pigmentos químicos como, enxofre, plastificadores e
antioxidantes, são colocados em um misturador. Para cada parte do pneu há um
composto específico, ou seja, com propriedades físicas e químicas diferentes,
para que tudo fique como planejado.
Produção dos componentes: Os componentes são: banda de rodagem, parede lateral, talão, lonas de corpo, lonas
estabilizadoras e estanques.
A banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o
solo) e a parede lateral são feitas pelo processo de extrusão. Uma máquina chamada
extrusora, vai girando, aquecendo e empurrando o composto para uma forma, na
qual os componentes tomam seus formatos finais.
As lonas de corpo e a lâmina de estanque são formadas na
calandra. Nela, existem três ou mais rolos cilíndricos que produzem as lâminas
de borracha. Essas lâminas se juntam a tecidos de poliéster, nylon (também
utilizado como reforço), formando as lonas de corpo. Na formação das lonas
estabilizadoras, vários fios de aço recebem a camada de borracha e formam uma
fita com largura determinada. Estas fitas são cortadas em ângulos, concluindo a
produção do componente.
Vulcanização é a parte fundamental: A vulcanização vai dar forma ao pneu. Ele é colocado em uma
prensa sob determinada temperatura, pressão e tempo. Nela, há um molde com as
características específicas de cada produto, na qual são determinados a forma e
o desenho da banda de rodagem final.
Após ser vulcanizado, o pneu passa pela inspeção final, onde são
efetuadas todas as inspeções e testes de liberação do pneu, garantindo assim a
consistência e a confiabilidade no seu desempenho. Depois da inspeção final, o
pneu passa por balanceamento, um teste conhecido como variação de forças, exame
de raios-X, até ser armazenado e posteriormente distribuído e finalmente
chegando às mãos do consumidor.